"Levo vida de empreguete, eu pego às sete, fim de semana salto alto e ver no que vai dar.” É nesse clima que vou começar a falar sobre esse grande sucesso que foi Cheias de Charme.
Com a classe C como protagonista na figura de três domesticas: Maria da Penha (Taís Araújo), Maria do Rosário (Leandra Leal) e Maria Aparecida (Isabella Drummond) que se uniram para lutar pelos seus direitos e acabaram formando o trio das Empreguetes. Isso sem contar com Chayene (Claudia Abreu), a rainha do eletroforró que é a cereja do bolo.
Os estreantes Filipi Miguez e Izabel de Oliveira se destacaram ao transformar Cheias de Charme em uma das novelas mais populares do horário das 19h:
"O crescimento da classe C é o que está acontecendo de mais interessante no Brasil. Nossa novela não partiu de uma vontade de falar exclusivamente pra essas pessoas, e sim sobre essas pessoas, para todo o Brasil." (Folha de S. Paulo em abril de 2012)
Foto: Divulgação/TV Globo
As Empreguetes em 'Cheias de Charme' 2012
Com o público já consolidado, os autores se reuniram para conceber a protagonista da trama. Ao analisar todas as histórias que tinham em mente, perceberam que o protagonismo poderia ser compartilhado. Em vez de ter apenas uma Maria, por que não ter três?
“Escolhido o universo, o próximo passo foi levantarmos, Izabel e eu, possíveis histórias entre patroas e empregadas, agregando elementos desse mundo. Criamos várias Marias, até chegarmos às nossas três. Queríamos uma mulher batalhadora, boa profissional, simples, guerreira, e criamos a Penha (Tais Araújo). Uma sonhadora, que quer ser cantora, apaixonada pelo cantor popular da vez, e daí surgiu Rosário (Leandra Leal). E, finalmente, a gata borralheira, criada pela família dos patrões para servi-los. E assim nasceu a Cida (Isabelle Drummond).” (Gshow)
Toda história memorável requer uma ou mais vilãs à altura para adicionar aquele toque especial e manter o enredo envolvente. Afinal, é a antagonista que frequentemente se destaca como o elemento crucial para impulsionar a trama, desafiando a protagonista e testando suas habilidades. É nos confrontos com a vilã que a heroína tem a chance de crescer, evoluir e, eventualmente, alcançar seus objetivos.
“Queríamos uma patroa divertida, dá pá-virada, muito rica, mas de um universo que fizesse parte do imaginário das empregadas domésticas, alguém que fosse também muito popular, que tivesse vindo do povo. Daí veio a ideia dessa cantora, uma forrozeira que já fez mais sucesso e quer se manter no centro das atenções a todo custo. Eu sempre digo que as personagens escolhem os seus donos. Chayene não poderia ter escolhido uma atriz que atraísse mais holofotes: a genial Claudia Abreu.” (Gshow)
Foto: Divulgação/TV Globo
Cláudia Abreu em 'Cheias de Charme' 2012
Para dar vida à extravagante e inesquecível Chayene, Cláudia Abreu mergulhou em diversas referências, desde as novelas mexicanas até os filmes vibrantes do renomado cineasta espanhol Pedro Almodóvar. A atriz não mediu esforços: retomou suas aulas de canto e dispensou dublês de voz, decidindo interpretar todas as músicas pessoalmente. Além disso, dedicou-se a aulas de prosódia para aprimorar seu sotaque piauiense, tanto nas canções quanto nas falas, garantindo uma performance ainda mais autêntica e envolvente para sua personagem icônica.
Ao site do Gshow, Claudia Abreu falou da importância da personagem em sua carreira:
"Foi uma das maiores alegrias que eu tive nessa profissão. Eu tinha tido dois filhos em seguida e estava dois anos parada só por conta da gravidez e dos nenéns. De repente veio essa novela e tudo indicava que eu não iria fazer por conta da licença maternidade e dos filhos, mas, quando li, eu não só amei a história e a linguagem diferente, como também achei tudo muito original e bem escrito. Quando li a Chayene, vi que era uma oportunidade que não vem duas vezes na vida.”
Foto: Divulgação/TV Globo
Ricardo Tozzi em 'Cheias de Charme' 2012
Todos os atores foram submetidos a testes para avaliar sua capacidade de cantar, determinando se seria necessário utilizar dublagem. Apenas Ricardo Tozzi precisou de uma segunda voz, fornecida por Juliano Cortuah, ex-participante do reality show Fama (2002-2005), nas cenas em que seu personagem, Fabian, entoava canções.
Agora sim, podemos dar início a este grande sucesso que reúne as três protagonistas na prisão, no estilo daquele clássico de Quatro por Quatro (1994). Penha, a empregada doméstica de Chayene, denuncia sua patroa após um episódio de agressão; Rosário, a cozinheira, é detida após invadir o camarim do cantor Fabian (Ricardo Tozzi); e Cida, empregada na casa da família Sarmento, se envolve em uma confusão após flagrar seu namorado beijando outra mulher. As três Marias acabam na delegacia e, devido à demora no atendimento, acabam sendo presas por desacato à autoridade. Enquanto estão atrás das grades, elas fazem um pacto para unir forças e melhorar suas vidas: "Dia de empreguete, véspera de madame".
Com essa reviravolta, as tramas começam a se desdobrar e vamos acompanhando o embate diário entre a patroa e a empregada. A agressão sofrida leva Penha a processar sua ex-patroa. De um lado, temos Chayene, protegida pela Dra. Lygia (Malu Galli), advogada de um dos melhores escritórios da cidade; do outro, temos Elano (Humberto Carrão), advogado recém-formado e irmão de Penha, tentando se equilibrar nessa batalha jurídica.
"Eu não cantava nada. Não seria coerente usar minha voz no Fabian, porque ele começou a novela já como um cantor consagrado. Não traria credibilidade, ele precisava aparecer no ar já pronto para aquilo", comentou Tozzi na época, após ser questionado sobre o motivo da dublagem. (Notícias da TV)
Agora sim, podemos dar início a este grande sucesso que reúne as três protagonistas na prisão, no estilo daquele clássico de Quatro por Quatro (1994). Penha, a empregada doméstica de Chayene, denuncia sua patroa após um episódio de agressão; Rosário, a cozinheira, é detida após invadir o camarim do cantor Fabian (Ricardo Tozzi); e Cida, empregada na casa da família Sarmento, se envolve em uma confusão após flagrar seu namorado beijando outra mulher. As três Marias acabam na delegacia e, devido à demora no atendimento, acabam sendo presas por desacato à autoridade. Enquanto estão atrás das grades, elas fazem um pacto para unir forças e melhorar suas vidas: "Dia de empreguete, véspera de madame".
Com essa reviravolta, as tramas começam a se desdobrar e vamos acompanhando o embate diário entre a patroa e a empregada. A agressão sofrida leva Penha a processar sua ex-patroa. De um lado, temos Chayene, protegida pela Dra. Lygia (Malu Galli), advogada de um dos melhores escritórios da cidade; do outro, temos Elano (Humberto Carrão), advogado recém-formado e irmão de Penha, tentando se equilibrar nessa batalha jurídica.
Foto: Divulgação/TV Globo
As Empreguetes em 'Cheias de Charme' 2012
Em 2012, a atividade das empregadas domésticas envolvia cerca de 6,2 milhões de mulheres no Brasil, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), conduzida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com foco nessa categoria específica, uma parceria entre a Rede Globo, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) e a ONU Mulheres foi estabelecida com o objetivo de incentivar os empregados a conhecerem seus direitos e os empregadores a contratarem de forma legal, assinando a carteira de trabalho de seus funcionários. Nesse contexto, as personagens Penha e Lygia desempenharam papéis fundamentais nessa campanha.
Outra reflexão levantada pelo folhetim veio através do grafiteiro Rodinei (Jayme Matarazzo), que levanta o tema referente as artes de rua em grafite que foram estigmatizadas e frequentemente rotuladas como "pichação", uma forma de expressão associada a vandalismo e desordem urbana. Essa percepção negativa foi resultado de uma falta de compreensão sobre o valor artístico e cultural do grafite, bem como das comunidades que o criam.
Outra reflexão levantada pelo folhetim veio através do grafiteiro Rodinei (Jayme Matarazzo), que levanta o tema referente as artes de rua em grafite que foram estigmatizadas e frequentemente rotuladas como "pichação", uma forma de expressão associada a vandalismo e desordem urbana. Essa percepção negativa foi resultado de uma falta de compreensão sobre o valor artístico e cultural do grafite, bem como das comunidades que o criam.
“O fato de ter um personagem como o do Jayme na novela pode quebrar um pouco o estereótipo do grafiteiro, que ainda é confundido com pichador. São duas expressões urbanas, mas distintas”, informou Márcio SWK, um dos fundadores do Santa Crew. (Jornal Extra)
Foto: Divulgação/TV Globo
(Foto: Reprodução/TV Globo)
Destaque na Mídia
Fontes de Pesquisa: Site Gshow; Site Notícias da TV; Press Kit Rede Globo; Site Uol; Site Tenho Mais Discos do que Amigos; Portal G1; Site Hot100Brasil; Site Daniel Og; Site Teledramaturgia: Site Memória Globo; Jornal Folha de S. Paulo; Jornal Extra.
Tags:
Novelas
