Atenção, amantes da telinha! Nem só de novelas globais vive o homem. Existe uma minissérie que, injustamente, não recebe a devida atenção, mas que merece ser redescoberta e aplaudida de pé. Estamos falando de Os Maias, uma verdadeira pérola escondida na vasta caixa de joias da teledramaturgia brasileira. Escrito pela talentosa Maria Adelaide de Amaral e dirigido pelo genial Luiz Fernando Carvalho, esse trabalho é uma adaptação do romance homônimo do mestre português Eça de Queirós.
Agora, imagine-se na Lisboa do final do século XVIII. A trama se desenrola na majestosa e tradicional casa lisboeta, com seus cantos sombrios e segredos guardados a sete chaves desde 1788. Os Maias é dividida em duas fases, garantindo que cada detalhe da vida dos personagens e seus dramas familiares sejam explorados com a devida profundidade e um toque de drama digno de Oscar.
Mas o que realmente dá o toque especial a esta minissérie é a narração impecável do lendário ator Raul Cortez. Ele não só empresta sua voz poderosa e melodiosa, mas também uma gravidade e elegância que transformam cada cena em uma obra de arte. É como se Shakespeare tivesse ressuscitado em terras lusas e decidido contar-nos uma história envolvente de amores proibidos, desilusões e sonhos despedaçados.
Foto: Divulgação/TV Globo
Então, da próxima vez que estiver buscando algo para maratonar, esqueça os blockbusters hollywoodianos e dê uma chance a Os Maias. Com um roteiro brilhante, direção primorosa e atuações memoráveis, esta minissérie não só é um deleite visual e emocional, mas também uma verdadeira aula de história e literatura. É, sem dúvida, um tesouro que aguarda para ser redescoberto por um público que sabe apreciar o melhor da arte televisiva.
De acordo com o making of disponível no DVD da minissérie, a autora Maria Adelaide conta que estava diante do túmulo de Eça de Queiroz, rezando quando pensou:
Foto: Divulgação/TV Globo
Foto: Divulgação/TV Globo
Ana Paula Arósio em 'Os Maias', 2001
Por meio do making of, Fábio Assunção relembrou como ele compôs o visual do protagonista. De acordo com suas lembranças, ele estava no museu Dorset, em Paris quando se deparou com um quadro com vários jovens, e um deles chamou sua atenção por estar todo descabelado, com barba, algo que parecia se diferenciar dos demais. Ele então tirou uma foto do quadro e enviou para o diretor, sugerindo que Carlos poderia ter aquele perfil. Assim que teve acesso as informações, o diretor aprovou e Fábio começou a dar andamento no seu mais novo protagonista.
Outro personagem muito importante na história é João da Ega, interpretado por Selton Mello. Na trama, ele é O melhor amigo de Carlos que esta prestes a se formar em direito, mas devagar, muito pausadamente. E o que falar da interpretação de Walmor Chargas que deu vida a Afonso da Maia.
Fontes de Pesquisa: Site Memória Globo; Site Teledramaturgia; Site Marie Claire; Jornal Liberal; Jornal O Estado de S.Paulo; Revista da TV; Livro Autores, História da Teledramaturgia.
Leonardo Vieira e Simone Spoladore
Então, da próxima vez que estiver buscando algo para maratonar, esqueça os blockbusters hollywoodianos e dê uma chance a Os Maias. Com um roteiro brilhante, direção primorosa e atuações memoráveis, esta minissérie não só é um deleite visual e emocional, mas também uma verdadeira aula de história e literatura. É, sem dúvida, um tesouro que aguarda para ser redescoberto por um público que sabe apreciar o melhor da arte televisiva.
De acordo com o making of disponível no DVD da minissérie, a autora Maria Adelaide conta que estava diante do túmulo de Eça de Queiroz, rezando quando pensou:
“Se você estiver de acordo com esse trabalho, me de um sinal. Mas nisso, eu vejo um túmulo onde está escrita onde a falecida se chamava Adelaide. Evidentemente eu aceitei aquilo como um sinal que estávamos no caminho certo.”
Foto: Divulgação/TV Globo
Leonardo Vieira e Simone Spoladore
Em entrevista ao Memória Globo, a autora conta que sempre quis adaptar Os Maias para a televisão. A adaptação foi extremamente fiel à história e ao espírito queiroziano, embora algumas alterações tenham sido feitas na narrativa para adequar a literatura à linguagem da teledramaturgia.
Prepare-se, caro leitor, para um mergulho profundo na alta sociedade lisboeta do século XIX com a minissérie Os Maias que não poupa ninguém, e o que vemos na tela é uma crítica afiada aos costumes da época. Esqueça o glamour da aristocracia, porque o que está em jogo é a decadência moral dessa elite, regada a adultérios escandalosos, uma hipocrisia social que faz corar até o mais despudorado dos personagens, e uma busca desesperada pelo amor e felicidade.
Foto: Divulgação/TV Globo
A produção da Rede Globo, baseada na obra-prima de Eça de Queirós, é uma verdadeira aula de fidelidade ao texto original. Cada diálogo, cada intriga, foi recriada com uma precisão quase cirúrgica. E se você pensa que isso é exagero, espere até ver os cenários! São deslumbrantes, com detalhes que nos fazem sentir o cheiro das madeiras antigas e o frio dos salões de mármore.
E os figurinos? Ah, os figurinos! Um verdadeiro desfile de moda de época que faz qualquer desfile de alta costura parecer brincadeira de criança. São vestidos e ternos que transportam o público diretamente para o século XIX, com toda a pompa e circunstância que a aristocracia lisboeta demandava.
Mas o que realmente rouba a cena é o elenco. Um grupo de atores tão talentosos que até parece que Eça de Queirós desceu do além para fazer a seleção pessoalmente. Eles trazem à vida os personagens complexos e cheios de nuances do romance original, entregando performances tão intensas que você vai esquecer que está assistindo a uma minissérie e não vivendo dentro do livro.
Foto: Divulgação/TV Globo
Então, se você está à procura de um bom drama, com pitadas generosas de crítica social e uma produção de cair o queixo, Os Maias é a escolha perfeita. Prepare a pipoca, reserve um tempo na agenda e mergulhe nessa obra que não só entretém, mas também nos faz refletir sobre os eternos dilemas humanos.
De acordo com a autora, a obra apresentou um problema logo no início da adaptação do romance hormônico escrito por Eça de Queirós, que tem o mesmo título da trama. Por não ter história suficiente para compor mais de quarenta capítulos, Maria Adelaide recorreu a mais duas obras do mesmo autor: A Capital e A Relíquia para criar outros núcleos. Aqui ela contou com a ajuda dos autores: João Emanuel Carneiro e Vincent Villari, que escreveram também A Muralha.
Para liderar a produção, a TV Globo escolheu Luiz Fernando Carvalho, um admirador apaixonado da obra de Eça de Queirós. Carvalho, que estava afastado das produções televisivas da Globo desde o final dos anos 1990 devido ao seu envolvimento com o cinema, encontrou em Os Maias a oportunidade ideal para retornar à televisão. Ele viu na adaptação do renomado romance português o projeto perfeito para marcar sua volta ao vídeo, trazendo sua visão única e detalhista para a minissérie.
Foto: Divulgação/TV Globo
Em entrevista para o livro "Autores, Histórias da Teledramaturgia", do Projeto Memória Globo, Maria Adelaide Amaral revelou detalhes sobre sua parceria com o diretor.
A autora, por sua vez, seguiu fielmente o linguajar original utilizado por Eça de Queirós no livro: o texto ficou excessivamente erudito.
“Eu escrevia a minissérie com o romance Os Maias ao meu lado. Dezenas de frases, centenas de expressões queirozianas foram usadas assim, era minha homenagem, eu me rendi”.
Prepare-se, caro leitor, para um mergulho profundo na alta sociedade lisboeta do século XIX com a minissérie Os Maias que não poupa ninguém, e o que vemos na tela é uma crítica afiada aos costumes da época. Esqueça o glamour da aristocracia, porque o que está em jogo é a decadência moral dessa elite, regada a adultérios escandalosos, uma hipocrisia social que faz corar até o mais despudorado dos personagens, e uma busca desesperada pelo amor e felicidade.
Foto: Divulgação/TV Globo
Leonardo Vieira e Simone Spoladore
A produção da Rede Globo, baseada na obra-prima de Eça de Queirós, é uma verdadeira aula de fidelidade ao texto original. Cada diálogo, cada intriga, foi recriada com uma precisão quase cirúrgica. E se você pensa que isso é exagero, espere até ver os cenários! São deslumbrantes, com detalhes que nos fazem sentir o cheiro das madeiras antigas e o frio dos salões de mármore.
E os figurinos? Ah, os figurinos! Um verdadeiro desfile de moda de época que faz qualquer desfile de alta costura parecer brincadeira de criança. São vestidos e ternos que transportam o público diretamente para o século XIX, com toda a pompa e circunstância que a aristocracia lisboeta demandava.
Mas o que realmente rouba a cena é o elenco. Um grupo de atores tão talentosos que até parece que Eça de Queirós desceu do além para fazer a seleção pessoalmente. Eles trazem à vida os personagens complexos e cheios de nuances do romance original, entregando performances tão intensas que você vai esquecer que está assistindo a uma minissérie e não vivendo dentro do livro.
Foto: Divulgação/TV Globo
Elenco da primeira fase de 'Os Maias', 2001
Então, se você está à procura de um bom drama, com pitadas generosas de crítica social e uma produção de cair o queixo, Os Maias é a escolha perfeita. Prepare a pipoca, reserve um tempo na agenda e mergulhe nessa obra que não só entretém, mas também nos faz refletir sobre os eternos dilemas humanos.
De acordo com a autora, a obra apresentou um problema logo no início da adaptação do romance hormônico escrito por Eça de Queirós, que tem o mesmo título da trama. Por não ter história suficiente para compor mais de quarenta capítulos, Maria Adelaide recorreu a mais duas obras do mesmo autor: A Capital e A Relíquia para criar outros núcleos. Aqui ela contou com a ajuda dos autores: João Emanuel Carneiro e Vincent Villari, que escreveram também A Muralha.
Para liderar a produção, a TV Globo escolheu Luiz Fernando Carvalho, um admirador apaixonado da obra de Eça de Queirós. Carvalho, que estava afastado das produções televisivas da Globo desde o final dos anos 1990 devido ao seu envolvimento com o cinema, encontrou em Os Maias a oportunidade ideal para retornar à televisão. Ele viu na adaptação do renomado romance português o projeto perfeito para marcar sua volta ao vídeo, trazendo sua visão única e detalhista para a minissérie.
“Eu fiquei encantado com a linguagem utilizada pela Maria Adelaide na adaptação. A força poética e histórica estava intacta. Foi uma conjunção maravilhosa de ideias”. (Jornal Liberal, 14 de janeiro de 2021)
Foto: Divulgação/TV Globo
Osmar Prado e Simone Spoladore
Em entrevista para o livro "Autores, Histórias da Teledramaturgia", do Projeto Memória Globo, Maria Adelaide Amaral revelou detalhes sobre sua parceria com o diretor.
“Entramos em rota de colisão em alguns momentos, porque o meu foco principal é o texto.”
A autora, por sua vez, seguiu fielmente o linguajar original utilizado por Eça de Queirós no livro: o texto ficou excessivamente erudito.
A junção de dois outros romances de Eça de Queiroz à trama de Os Maias também foi duramente criticada por alguns amantes mais puristas da obra do escritor português. Maria Adelaide Amaral disse em depoimento ao livro, “Autores, Histórias da Teledramaturgia”, em 2008:
Foto: Divulgação/TV Globo
Primeira Fase
A história começa quando Pedro da Maia (Leonardo Vieira), filho de Afonso da Maia (Walmor Chagas), se apaixona por Maria Monforte (Simone Spoladore). Pedro, herdeiro de uma família nobre portuguesa, é um rapaz inseguro e frágil, o oposto de seu pai, que sempre foi contra à educação cristã dada por sua esposa ao filho. Desde a morte da mãe, Pedro vive em um estado de melancolia, mas tudo muda quando ele conhece a bela e cativante Maria Monforte.
Apesar da felicidade evidente de seu único filho, Afonso desaprova o romance devido ao passado obscuro do pai de Maria, Manuel Monforte (Stênio Garcia), um traficante de escravos que não pertence à alta sociedade lisboeta. Dom Afonso é um homem rígido e íntegro. Apesar de ser liberal em suas convicções políticas, é extremamente conservador quando se trata dos valores familiares. Por isso, ele tenta de todas as maneiras impedir que seu filho se case com aquela mulher. No entanto, a intervenção de Afonso não é capaz de mudar o destino de Pedro e Maria.
Totalmente apaixonado e envolvido, Pedro desafia seu pai e se casa com Maria. O casal vive harmoniosamente até que um acidente muda completamente a felicidade da família. Durante uma caçada, Pedro fere o príncipe italiano Tancredo (Fabio Fulco) e, para se desculpar, o leva para se recuperar em sua casa. Tancredo aceita e, durante esse convívio, surge uma paixão incontrolável entre ele e Maria Monforte. A situação se agrava quando ela decide fugir com o príncipe, levando consigo a pequena Maria Eduarda e deixando Carlos Eduardo para ser criado pelo pai.
Foto: Divulgação/TV Globo
Deprimido e solitário, Pedro se suicida com um tiro no peito. Afonso decide, então, criar o neto segundo suas convicções. O patriarca deixa a mansão em Lisboa e se muda para a Quinta de Santa Olávia, outra propriedade da família, onde inicia uma nova vida ao lado de Carlos Eduardo. Com muito amor e dedicação, Afonso cuida do neto seguindo preceitos ingleses, com rigorosa disciplina, exercícios físicos diários, apreço ao conhecimento e sem religião.
Além de Leonardo Vieira, quem chamou atenção dos telespectadores foi a estreante na televisão Simone Spoladore. Em entrevista exclusiva à Marie Claire, a atriz relembrou a sua personagem. Ela recordou que este papel foi crucial em sua trajetória profissional, descrevendo-o como uma experiência emocionante ao interpretar a personagem Maria Monforte, na qual se envolveu profundamente.
Foto: Divulgação/TV Globo
Simone ainda recorda com carinho o momento quando contracenou com o ator Osmar Prado:
Simone foi a escolha certa do diretor Luiz Fernando Carvalho, que já tinha dirigido no filme Lavoura Arcaica:
Foto: Divulgação/TV Globo
Na segunda fase da minissérie, após uma infância feliz ao lado do avô, Carlos (Fábio Assunção) vai estudar Medicina na Universidade de Coimbra. Lá ele tem suas primeiras experiências amorosas e conhece os amigos João da Ega (Selton Mello) – que muitos estudiosos acreditam ser o alter ego de Eça de Queiroz – e Teodorico Raposo (Matheus Nachtergaele).
Carlos se torna um rapaz belo e impetuoso, além de muito carismático. Da mãe, puxou o jeito intenso e romântico. Do avô, a rigidez de valores, a honra e o caráter. Dom Afonso continua a ser o grande alicerce da família Maia. Sua relação com o neto é de extrema amizade e confiança. Aos 25 anos, após a formatura, Carlos retorna a Lisboa, e Dom Afonso decide voltar a morar no Ramalhete.
Maria Eduarda (Ana Paula Arósio) chega a Lisboa acompanhada do marido, o comerciante brasileiro Castro Gomes (Paulo Betti), e da filha, Rosa (Isabelle Drummond). Bonita e inteligente, a jovem desperta a paixão de Carlos Eduardo. O sentimento é recíproco, mas Maria Eduarda evita de todas as formas essa aproximação. Quando Castro Gomes parte para o Brasil a negócios, Carlos se sente livre para declarar seu amor e assim o faz. Apesar de muito resistir, o desejo é incontrolável, e Maria Eduarda acaba cedendo àquela envolvente paixão. Contra esse romance, está Dom Afonso da Maia, que teme pelo futuro do neto, receoso de que esse envolvimento amoroso tenha o mesmo fim trágico que o de seu filho Pedro.
Foto: Divulgação/TV Globo
Sem sombra de dúvida Ana Paula Arósio e Fábio Assunção foram o grande destaque desta segunda fase que foi repleta de emoções e tragédias.
Ao jornal O Estado de S. Paulo, o diretor Luiz Fernando Carvalho, contou como foi contato com a atriz Ana Paula Arósio, para viver a protagonista.
Após receber o desafio feito pelo diretor, Ana Paula Arósio aceitou toda a caracterização da personagem e se entregou por completo para Maria Eduarda.
“Existem núcleos queirozianos fanáticos em vários países. Há um núcleo em São Paulo muito ortodoxo, ao qual pertence Beatriz Berrini, professora da PUC de São Paulo, doutora em letras pela USP, que protestou muito. […] Fiz interferências insignificantes, mas essas pequenas intervenções foram acidamente criticadas. Enquanto Elza Miné, professora ds PUC de São Paulo, e Carlos Reis, queiroziano ilustre e, na época, diretor da Biblioteca de Lisboa, defendiam a popularização da obra de Eça, outros núcleos, mais fundamentalistas, eram totalmente contra qualquer interferência. Quando estes perceberam que “A Relíquia” estava presente na minissérie, levantou-se um protesto transoceânico contra a adaptação.”
Foto: Divulgação/TV Globo
Walmor Chagas em 'Os Maias', 2001
Primeira Fase
A história começa quando Pedro da Maia (Leonardo Vieira), filho de Afonso da Maia (Walmor Chagas), se apaixona por Maria Monforte (Simone Spoladore). Pedro, herdeiro de uma família nobre portuguesa, é um rapaz inseguro e frágil, o oposto de seu pai, que sempre foi contra à educação cristã dada por sua esposa ao filho. Desde a morte da mãe, Pedro vive em um estado de melancolia, mas tudo muda quando ele conhece a bela e cativante Maria Monforte.
Apesar da felicidade evidente de seu único filho, Afonso desaprova o romance devido ao passado obscuro do pai de Maria, Manuel Monforte (Stênio Garcia), um traficante de escravos que não pertence à alta sociedade lisboeta. Dom Afonso é um homem rígido e íntegro. Apesar de ser liberal em suas convicções políticas, é extremamente conservador quando se trata dos valores familiares. Por isso, ele tenta de todas as maneiras impedir que seu filho se case com aquela mulher. No entanto, a intervenção de Afonso não é capaz de mudar o destino de Pedro e Maria.
Totalmente apaixonado e envolvido, Pedro desafia seu pai e se casa com Maria. O casal vive harmoniosamente até que um acidente muda completamente a felicidade da família. Durante uma caçada, Pedro fere o príncipe italiano Tancredo (Fabio Fulco) e, para se desculpar, o leva para se recuperar em sua casa. Tancredo aceita e, durante esse convívio, surge uma paixão incontrolável entre ele e Maria Monforte. A situação se agrava quando ela decide fugir com o príncipe, levando consigo a pequena Maria Eduarda e deixando Carlos Eduardo para ser criado pelo pai.
Foto: Divulgação/TV Globo
Simone Spoladore e Osmar Prado
Deprimido e solitário, Pedro se suicida com um tiro no peito. Afonso decide, então, criar o neto segundo suas convicções. O patriarca deixa a mansão em Lisboa e se muda para a Quinta de Santa Olávia, outra propriedade da família, onde inicia uma nova vida ao lado de Carlos Eduardo. Com muito amor e dedicação, Afonso cuida do neto seguindo preceitos ingleses, com rigorosa disciplina, exercícios físicos diários, apreço ao conhecimento e sem religião.
Além de Leonardo Vieira, quem chamou atenção dos telespectadores foi a estreante na televisão Simone Spoladore. Em entrevista exclusiva à Marie Claire, a atriz relembrou a sua personagem. Ela recordou que este papel foi crucial em sua trajetória profissional, descrevendo-o como uma experiência emocionante ao interpretar a personagem Maria Monforte, na qual se envolveu profundamente.
“Fazer Os Maias foi um turbilhão, foi tudo muito rápido e não deu tempo de pensar em nada. Quando vi, estava num avião indo para Portugal, eu que nunca tinha saído do país. Quando vi, estava num estúdio com paredes que pareciam de papelão e eu tinha que usar a imaginação para dar vida aquilo tudo”, conta. “Existia uma alegria em usar aquelas roupas e habitar aqueles cenários, a personagem era imensa e eu, com meus 21 anos, tinha que dar conta daquela vida trágica e romântica. Aquela alma atormentada, viva e delirante tinha que passar pelo meu corpo. Fui levada por uma enxurrada, capotei alguma vezes, mas sobrevivi. Vinte anos depois tenho muitas histórias para contar, a Maria Monforte é uma delas”.
Foto: Divulgação/TV Globo
Osmar Prata, Simone Spoladore e Leonado Vieira
“Tem uma cena que eu gostei muito de ter feito que era quando a Maria Monforte dançava para convidados numa festa. A cena era linda e eu podia usar tudo o que eu tinha aprendido em 10 anos de ballet clássico e a experiência de dança para o Lavoura Arcaica [romance que ganhou adaptação para o cinema]. Nessa cena, o poeta que o Osmar Prado interpretava se declarava para a Maria Monforte. Ele foi um grande companheiro de carreira que eu reencontrei depois em Desmundo [filme lançado em 2002]”.
Simone foi a escolha certa do diretor Luiz Fernando Carvalho, que já tinha dirigido no filme Lavoura Arcaica:
“Testei mais de 700 pessoas para o filme e descobri a Simone.” (O Estado de S. Paulo, 6 de janeiro de 2001)
Foto: Divulgação/TV Globo
Ana Paula Arósio e Fábio Assunção
Segunda FaseNa segunda fase da minissérie, após uma infância feliz ao lado do avô, Carlos (Fábio Assunção) vai estudar Medicina na Universidade de Coimbra. Lá ele tem suas primeiras experiências amorosas e conhece os amigos João da Ega (Selton Mello) – que muitos estudiosos acreditam ser o alter ego de Eça de Queiroz – e Teodorico Raposo (Matheus Nachtergaele).
Carlos se torna um rapaz belo e impetuoso, além de muito carismático. Da mãe, puxou o jeito intenso e romântico. Do avô, a rigidez de valores, a honra e o caráter. Dom Afonso continua a ser o grande alicerce da família Maia. Sua relação com o neto é de extrema amizade e confiança. Aos 25 anos, após a formatura, Carlos retorna a Lisboa, e Dom Afonso decide voltar a morar no Ramalhete.
Maria Eduarda (Ana Paula Arósio) chega a Lisboa acompanhada do marido, o comerciante brasileiro Castro Gomes (Paulo Betti), e da filha, Rosa (Isabelle Drummond). Bonita e inteligente, a jovem desperta a paixão de Carlos Eduardo. O sentimento é recíproco, mas Maria Eduarda evita de todas as formas essa aproximação. Quando Castro Gomes parte para o Brasil a negócios, Carlos se sente livre para declarar seu amor e assim o faz. Apesar de muito resistir, o desejo é incontrolável, e Maria Eduarda acaba cedendo àquela envolvente paixão. Contra esse romance, está Dom Afonso da Maia, que teme pelo futuro do neto, receoso de que esse envolvimento amoroso tenha o mesmo fim trágico que o de seu filho Pedro.
Foto: Divulgação/TV Globo
Isabelle Drummond em 'Os Maias', 2001
Ao jornal O Estado de S. Paulo, o diretor Luiz Fernando Carvalho, contou como foi contato com a atriz Ana Paula Arósio, para viver a protagonista.
“Eu impus um desafio a Ana Paula: ela tinha de usar lentes de contato para mudar a cor dos olhos e clarear os cabelos para se aproximar do que foi descrito por Eça. Achei que ela tinha de se superar, lutar contra o estereótipo da mulher bonita.”
Após receber o desafio feito pelo diretor, Ana Paula Arósio aceitou toda a caracterização da personagem e se entregou por completo para Maria Eduarda.
“O menos complicado foi mudar o visual. A Maria Eduarda é a personagem mais difícil que já fiz, porque não tem um fio condutor. Ela vai mudando a cada dia.” (Revista da TV, 7 de janeiro 2001)
Ana Paula Arósio em 'Os Maias', 2001
Por meio do making of, Fábio Assunção relembrou como ele compôs o visual do protagonista. De acordo com suas lembranças, ele estava no museu Dorset, em Paris quando se deparou com um quadro com vários jovens, e um deles chamou sua atenção por estar todo descabelado, com barba, algo que parecia se diferenciar dos demais. Ele então tirou uma foto do quadro e enviou para o diretor, sugerindo que Carlos poderia ter aquele perfil. Assim que teve acesso as informações, o diretor aprovou e Fábio começou a dar andamento no seu mais novo protagonista.
Outro personagem muito importante na história é João da Ega, interpretado por Selton Mello. Na trama, ele é O melhor amigo de Carlos que esta prestes a se formar em direito, mas devagar, muito pausadamente. E o que falar da interpretação de Walmor Chargas que deu vida a Afonso da Maia.
Foto: Divulgação/TV Globo
Fábio Assunção em 'Os Maias', 2001
Tags:
Séries