Escrito nas Estrelas foi aquele folhetim que nos fez rir, chorar e pensar se nosso destino está realmente escrito no céu ou será que o universo dando uma de GPS desregulado. No centro dessa história, temos o jovem Daniel (Jayme Matarazzo) que, coitado, nem chegou ao terceiro capítulo porque já foi mandado direto para o além, após sofrer um grave acidente de carro, ao lado de Viviane (Nathalia Dill), quem ele promete proteger. Aí, começa a confusão espiritual.
Enquanto isso, o doutor Ricardo Aguillar (Humberto Martins), alimenta o seu luto pelo seu único filho. Mas tudo muda quando descobre que o rapaz deixou o seu sêmen congelado, começa a procura da futura mamãe do seu netinho, tipo um cupido com um estoque de esperma e um desejo ardente de ser avô, a partir de uma inseminação artificial.
Por diversas vezes, Daniel volta para terra para acompanhar e influenciar o pai, para que o mesmo escolha Viviane para ser a mãe do seu filho. Mas espera aí, não é só coincidência não, viu? A aproximação entre o doutor Ricardo e a Viviane não é algo que aconteceu por acaso, mas sim, destinado a acontecer, sendo que os dois já eram um casalzinho lá em Toledo, na Espanha, numa outra encarnação.
É cada situação mais maluca que a outra! Imagina só, pai e filho, mesmo estando em planos diferentes, competindo pelo amor da mesma mulher. Essa é uma novela que até o além tá de olho! E olha que o Daniel ainda não sacou que o casal tá fazendo um resgate do passado, e que a morte dele era só uma peça para unir esse belo casal. Olha o destino fazendo a sua mágica e a gente só assistindo de camarote!
Foto: Divulgação/TV Globo
Alexandre Rodrigues, Jayme Matarazzo e Nathalia Dill
Escrito nas Estrelas foi a segunda novela solo de Elizabeth Jhin. Para aqueles que não se recordam, sua estreia foi com Eterna Magia (2007), foi tipo um truque de mágica que saiu meio capenga, sabe? Não agradando os telespectadores e a crítica. Mas a segunda... Ah, essa sim botou fogo no parquinho! Teve mais audiência que churrasco de domingo na casa da vovó às 18 horas, marcando uma média de 27 pontos. Acho que o público estava sedento por um drama astral, porque até as antecessoras, Cama de Gato (com 24 pontos), Paraíso (23 pontos) e Negócio da China (21 pontos), ficaram no chinelo! Parece que dessa vez a mágica da Elizabeth deu certo e o público abraçou a novela como se fosse um parente distante que não via há muito tempo.
“A ideia de Escrito nas Estrelas veio naturalmente. Li um artigo de jornal sobre os aspectos éticos da inseminação artificial. Pensei na hipótese do doador do sêmen já estar morto e o que aconteceria se um triângulo amoroso se formasse com alguém que estivesse em outro plano. A partir daí, me enfronhei cada vez mais em assuntos ligados à espiritualidade”, contou a autora para o site Na Telinha.
Quanto à espiritualidade, Elizabeth Jhin contou com a assessoria de Luiz Queiroz e Wagner Assis. Em entrevista, ao jornal O Tempo, a autora contou como foi abordada a espiritualidade em sua novela:
“Quis trazer para a trama inquietações transcendentais pelas quais todos passamos. Acredito que o tema da espiritualidade é um bom pano de fundo para uma obra de ficção, para uma bela história de amor. […] Minha intenção é enfocar a espiritualidade no seu sentido amplo, aquela busca pelo sagrado que existe dentro do homem desde que ele se pôs de pé e conseguiu olhar para o alto. Quero mostrar uma espiritualidade ligada à alegria e ao amor que deveria existir entre as pessoas. Estamos refletindo sobre inquietações pelas quais todos passamos. De onde viemos? Para onde vamos?”
Foto: Divulgação/TV Globo
Carlos Vereza em Escrito nas Estrelas, 2010
Segundo a própria autora, a ideia para criar a heroína veio direto do clássico Cinderela, tá lembrando? Aquela história em que o pai do príncipe resolve fazer um open house pra escolher a futura princesa, como se estivesse organizando um desfile de moda ou um show de talentos da realeza. No caso aqui, Ricardo seria o pai do príncipe que seria Daniel e Vitória ganha o papel de futura princesa. Mas ó, essa princesa não é do tipo que fica esperando o sapatinho de cristal cair do céu, não! Essa Cinderela moderna tá mais para uma princesa empoderada, pronta para reinar no melhor estilo do século 21.
A escolha dos protagonistas
E olha só quem conquistou o coração da autora! A escolha da Nathalia Dill como protagonista foi tipo um tiro certeiro, né? A atriz arrasou como a nossa mocinha batalhadora Viviane/Vitória, e olha que não é fácil ser a protagonista de uma novela. Nathalia convenceu geral e foi uma das estrelas que mais se destacaram. Não é por menos que a atriz sempre se recorda da personagem com nostalgia:
"Lembro que Escrito nas Estrelas foi a novela que mais gravei, mas, ao mesmo tempo, a coisa se encaixava de uma maneira... Era fácil, gostoso, as coisas aconteciam e o texto aparecia na minha cabeça. A novela tocou mais pra mim sobre amor, alegria e felicidade do que uma conexão com outro mundo." (GShow)
Outro destaque foi o estreante em novelas Jayme Matarazzo, que até então tinha feito uma participação na minissérie Maysa – Quando Fala o Coração (2009), porque o Manoel Carlos pediu, e pronto, já estava todo mundo de olho nele. Aí a produtora de elenco de Escrito nas Estrelas não perdeu tempo e foi logo atrás do ator. Em menos de um piscar de olhos, o Jayme estava lá fazendo testes para o papel do estudante de medicina Daniel, um dos protagonistas da novela. Parece até que o destino deu um empurrãozinho, concorda?
"Fiz o teste sem nenhuma pretensão. Mal acreditei quando passei”, contou o ator para o portal Terra.
Foto: Divulgação/TV Globo
Humberto Martins em 'Escrito nas Estrelas', 2010
Humberto Martins, deixando de lado os super-heróis sem camisa e se jogando de cabeça no drama como nunca antes, facilmente a gente se emocionava com ele lembrando do seu amado filho que morreu tão jovem. Ao site da Rede Globo, o ator falou um pouco sobre o seu personagem:
“O Ricardo é educado e ótimo profissional, mas é um cara rigoroso e, às vezes, até um pouco arrogante. Vai até o fim para conseguir o que deseja, mas não é feliz. Apesar de tudo, ele é inseguro na vida. Também tem grandes embates com o filho, que é um idealista. Porém quando o perde num acidente de carro, fica muito mal e se arrepende da última discussão que os dois tiveram”.
Aos poucos, com a chegada de Viviane, vemos que aquele homem tão amargurado e incrédulo, começa a ter visões sobre a sua vida passada ao lado de uma bela jovem que ele conheceu em Toledo.
Com os protagonistas escalados, chegou a hora de escolher o vilão que vai dar um trabalhão para os mocinhos. Aí o diretor Rogério Gomes, o Papinha, botou o cérebro pra funcionar e pensou: Quem vai dar um show como vilão? E quem veio na mente dele? O Alexandre Nero, é claro! Desde que apareceu como o verdureiro Vanderlei em A Favorita (2008), o ator só vinha se destacando, na época estava chamando mais atenção que pavão no meio da galinhada. Ele fez muito bem o Gilmar.
“Eu tenho que ressaltar que é uma confiança que o Papinha depositou em mim. Vilão é um personagem que todo mundo quer fazer. Então, já é um prêmio para mim. E ele (Rogério) é uma pessoa iluminada. Ele viu o personagem e pensou em mim. Ele se lembrou de mim e disse: ‘Esse cara tem possibilidade de fazer’. Não tem elogio melhor, não tem crítica melhor, não tem prêmio melhor, não tem presente melhor do que o próprio Papinha ter me escolhido para fazer o vilão.” (Revista TV Brasil)
Foto: Divulgação/TV Globo
Alexandre Nero em 'Escrito nas Estrelas', 2010
As vilãs fúteis: Sofia (Zezé Polessa) e Beatriz (Débora Falabella), que são tipo uma comédia à parte na trama. A desenvoltura da dupla é tanta que o resultado não poderia ser outro: o público adora as duas, mesmo com suas vilanias. Juntas fazem um duo explosivo, explorando todos os exageros possíveis e deixando o humor rolar solto. É tipo assistir a um desenho animado daqueles bem malucos, no estilo Pink e o Cérebro, com elas planejando coisas que nunca dão certo. É cada plano mais mirabolante que o outro, mas parece que o universo tá sempre contra elas.
Outro núcleo que também se mostrou bem agitado, foi o romance entre a estudante de psicologia Mariana (Carol Castro) e Guilherme (Marcelo Faria). Ele é casado, mas está lutando para se divorciar da mulher, Judite (Carolina Kasting) que está disposta a tudo para que o marido não saia de casa, para isso ela usa os filhos para chantagear Guilherme.
"O que Judite faz com Tadeu tem nome: é chamado de síndrome de alienação parental. Ela ensina o filho a mentir e a ser dissimulado para atingir o ex-marido. É um processo vingativo infelizmente muito comum hoje em dia", alertou o ator no site Uol.
Luisa Gonzalez, Carolina Kasting e Matheus Costa
Fontes de Pesquisa: Site Gshow; Site Uol; Site Na Telinha; Site Memória Globo; Site Rede Globo; Site Teledramaturgia; Jornal O Tempo; Blog Revista Amiga e Novelas; Revista TV Brasil.
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